segunda-feira, 17 de março de 2008

Vênus em escorpião.

Tive um dia feliz e vi na fumaça do cigarro da minina irritada um coração que sumiu.
Reapareceu no meu olhar o mesmo coração quando em suór mergulhada, de prazer eu estava a sussurrar a melodia que tocava no radinho velho.
A pequena francesa me abraçava forte nas noites sem sono.
As noites sem sono me faziam abraçar o travesseiro ao lembrar da pequena francesa.
O travesseiro me fazia embeber a pequena francesa por exalar seu cheiro na noite sem sono.
Pequenas doses.
Bem discretas de mim.
Intervaladas por dias e noites de cama vazia.
Doses homeopáticas.
Bem discretas do veneno do escorpião dentro de mim.
Apenas um lugar, uma cama e duas pessoas bastam, ela dizia. E meu riso intervalava entre meu rosto e o dela corados.
O sofá duro e verde, agredia as costas que portavam todo um corpo entregue.
O corpo torto porque era entregue se debatia no sofá verde e duro.
O corpo ficou verde e duro por causa do sofá entregue.
Silêncio.... e os corpos se uniram na intersecção de um conjunto vazio de preocupação.
Vênus soprou que as doses do veneno teriam que ser pequenas e intervaladas.
O risco de overdose é grande. Não queremos enjoar a intersecção do conjunto vazio.
De dentro dos conjuntos saíram dois morcegos, um fantasma, o presente e o passado.
E agora a francesa também sussurrava a melodia do radinho velho e eu sismava ver na parede um relógio derretendo.

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