terça-feira, 12 de abril de 2011

Chá Verde


Ganho um céu de rosas despetaladas
Tenho poeira de sonhos descridos
Eu sou como poeira na estrada
Alçada pelo vento pré-tempestivo

Pó, um grãozinho de areia ínfimo
Mas dentro de mim tenho a grandeza
De um universo tão multi e íntimo
Que até me despensa a certeza

De que seja possível
De que seja cabível
De que estou ao nível
De que será infalível

É ca fé que eu tomo
É ca fé que eu preparo
É ca fé que me tira o sono
É ca fé que me amparo

Para crer nos sonhos de poeira
Novamente virando canteiro
Para que as pétalas em roseira
Se fixem fora do antigo cativeiro

Poeira ao vento
Poeira ao vento
Poeira ao vento
Poeira ao vento

Distância


Aos cantos do mundo escrevi
Aos mundos que escrevi, cantei
Um grito, um sussurro, um sopro de lágrima
Alfabetizei-me com os seus sinais
Criei muros, ergui paredes intelectuais
que te levavam para longe e você
carregava consigo a minha paz...

Não por vontade sua, eu sei.
As razões foram minhas.
A crítica da razão impura.
Você tem razão:
A razão de eu ser assim não me dá razão
de ir por ali, longe, longe,
negando, negando, negando até afirmar.

Eu sequer me rendia a dar graças
À sua pessoa.
Tão multi-persona.
O que importa?
Se eu me embebia era de sua essência,
A sua alegre presença
Que me acordava as manhãs
De cores claras, tonificadas clarezas de
manhãs com línguas de mariposa na cabeça
e borboletas azuis e branco no estômago.