domingo, 14 de setembro de 2008

Emcubotudopode


Precisei de um estado de cubo
Incubação.
Manter-me incubada
Sem charutos, sem narguilhas
Silêncio.
Apalpar as paredes, bater a cabeça.
Apreciar a clausura, sentir a dimensão
do cubo e dar-me por mim sozinha.
Me dar para mim sozinha.
Sozinha por dar-me a mim.
Intercalar esta fase de cubo
ao tudopode, tudo deve, mas
antes de tudo, tudo o é então,
por direito de sê-lo:
O que é.
No tudopode, sair do cubo
CASULO, CASA, MAMILO, ASILO
Então, se tudo pode, serei tudo
de uma vez, ou serei todas as
coisas, uma de cada vez:
ASA, PAU, GATO, BORBOLETA,
BUCETA, FLOR, ESPINHO, ÁRVORE,
FLUXO DE CONSCIÊNCIA.
Inconscientemente
Nos atos falhos, falhar, falar, falo.
Um falo gigante do tamanho do
Buraco que há em mim.

De volta, no cubo de dentro
deixar sair de lá tudo, o tudopode, a CRIA
a AÇÃO de um ato para dar a luz.
FIAT LUX
EURECA!!
Criei, pari, gestei
Uma criança linda de olhos vivos e pele fresca
Um ser pequeno, pedindo colo, desprotegido.
Protege-lo-ei, amamentarei, afagarei os cabelos
No embalo das canções de ninar.
Aquela criança maldita!
Chorona, remelenta, catarrenta e que não me desgruda.
Desnuda, diz nada, dispara.
Diz para ela que embora tudo que há, eu a amo da maneira que eu posso.