sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Mara Lobo
Vermelhas estão minhas mãos
Manchadas de sangue negro.
Sou o escândalo, aborto, abutre
De meu próprio partido.
Porque não é de mimtoda
Esta teo-rização apraticada.
Convido você a vestir as caças jeans genuinamente operárias.
Convido você, nobre cocote da Oscar Freire
A meter-se nas fábricas
A ter a náusea dos movimentos repetitivos
A perder os dedos nas máquinas
Ei, capa da Play Boy!
Eu sou a mulher nua cheia de ematomas das manchetes obituárias,
eu sou a mulher despida dos arquivos policiais,
Eu sou a mulher pelada
Por trás dos microfones do palanques, por trás das grades, da ferragem, da ferrugem.
Minha fragilidade morde, meu amor multiplica, meu pecado não existe.
Para silenciar: meu grito.
Para tornar evidente: meu silêncio.
Não! Vá para longe com esta sua verborragia
Esta mesmice de perguntas insólitas.
Por que tantas perguntas? Justo hoje?
O que eu tenho para dizer eu já fiz
Antes mesmo que se tornasse palavra.
.................xx...............
Eu o amo, mas não amo o objeto
amo o amor que tenho por ele
amo o substantivo abstrato
sim, este tipo de abstração me atrai
a abstração dos sujeitos envolvidos
Não, se pensas por um acaso que me sujeito,
te enganas profundamente
pois não tenho a necessidade de assinar em baixo
deixo ali minhas ações como obra a ser discutida pela posteridade
e o meu amor... sim, ele continua
destinado às relações e suas intensidades
meu mais novo amante?
Aquele casal à sua esquerda.
Escândalo?
Seria se eu omitisse, não acha?
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Um comentário:
Simplesmente maravilhoso!
bjos
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