quarta-feira, 2 de abril de 2008

Infinito


O professor de matemática acabara de sair da sala e uma conta enorme havia resultado em um milhão.
Números são questões perniciosas, devem ser ministradas com cuidado para crianças.
Afinal, além de não serem palpáveis nem sensitivos, ainda assim não são substantivos abstratos.
São numerais. Ordinais, múltiplos, cardinais. Ainda assim... imaginários.
Há uma maneira particular e pessoal até de tratá-los na mente absorta e fértil de quando somos projeto de gente.
Para mim as letras têm cor, mas os números... ah... eles têm personalidade.
O pequeno projeto de gente perguntou-me o que vinha depois de um milhão.
Adoro a audácia despertando nas pessoas.
Respondi que seria um milhão e um, um milhão e dois... e nessa fomos até minha exaustão matinal chegar ao glorioso e poético infinito.
Falta-me uma palavra exata, mas tratamos de linguagem, subjetiva e simples... quando a audácia vira ambição, ela transpõe a curiosidade do além...
O pequeno projeto de gente não se contentou com o infinito.
O que vem depois do infinito?
Eu poderia deixar Sartre dentro de mim quieto e mudo... mas não:
Nada. Vem O NADA.
Não!
A voz fina, porque as cordas vocais ainda estão se formando, freneticamente na ânsia linda das questões descobertas, quando uma lâmpada aponta por cima da cabeça, afirmou com a convicção que eu queria ter para tudo:
Depois de infinito... vem infinito e um, infinito e dois, infinito e três...
Vou guardar para sempre a melhor aula de matemática que tive, dada por alguém com metade da minha idade.
E depois disso, recosta-me um sigilo imenso das coisas simples, por que não?
Afinal, realmente depois do infinito vem infinito e um, infinito e dois, infinito e três...
As pessoas temem o fim das coisas, mas são meras questões numéricas.
Jeito simplista de ver as questões do mundo?
Não.
Jeito grandioso de ver as coisas na perspectiva de uma pequena mente brilhante.
Guardaria segredo, numa demonstração de egoísmo profundo, mas não consigo.

2 comentários:

raultabajara disse...

Estávamos eu e meu pequeno primo de 3 anos brincando no terraço da casa de Florianópolis. Jogávamos para lá e para cá uma bola de basquete. A típica bola que ficou guardada durante dias no estacionamento da casa – murcha e empoeirada. Mas isso não era empecilho para duas crianças cheias de vitalidade!

Um descuido e... PUFT, a bola empoeirada escapou das mãos do meu pequeno primo e caiu em uma poça de água – o terraço havia acabado de ser lavado...

Meu primo observou atentamente a parte da bola que havia caído na água. Ele percebeu que naquele local a cor laranja da bola de basquete ficou mais viva e bonita. Tratou então de por sua mãozinha na água e molhar a bola toda.

Disse pra ele “ei, manda a bola, eh minha vez de chutar”

Então ele respondeu:
“Pela um poco plimo, a cor da bola caiu aqui, eu to colocando de volta”

raultabajara disse...

Agora, vou me apresentar:
Eu sou o Raul Tabajara!

Estava procurando uma amiga chamada Maina quando caí em um orkut de uma Maina Machado.

Como eu sou fução, entrei em tudo, inclusive no blog. Lá lí textos sobre uma Vela gente boa. Até coloquei um recado.

Com um pouco mais de atenção percebi que o blog estava desatualizado. Percebi tbm que o orkut estava desatualizado.

Pensei "puxa, ela escreve tão bem. será que a encontro por ai?"

O bom e velho google me ajudou a achar outra versão do blog "na terra do pequeno principe". Uma versao mais atualizada, mas ainda assim fora do tempo atual.

procurei de novo no google e achei um comentario de uma maina machado em um outro site de literatura. ( e esse comentário estava com um link - o que me trouxe pra cá)

Bom, vc definitivamente nao é a pessoa que eu estava procurando em primeiro momento (há 1 hora), mas foi divertido procurar que nem doido na internet pela Maina Machado do orkut desatualizado...

bom passiei tanto pela net que nao sei se vc é a maina do blog da velha. Mas, mesmo se nao for: Esse texto que li sobre o Infinito um, infinito dois... é muito bacana!

(me lembrou o que aconteceu em florianópolis)

raultabajara@gmail.com