tag:blogger.com,1999:blog-16062654289959208042024-02-07T17:37:53.476-08:00A filha da Lua com o CentauroMaína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.comBlogger38125tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-26348182975397692092013-10-29T14:30:00.000-07:002013-10-29T14:30:20.626-07:00Orações subordinadasVou orar por você
Duas orações subordinadas:
Espero que você sinta todo o meu carinho
Quero que você seja muito feliz
Seria melhor que coordenássemos
Mas nesta imposição de opostos
Subordino-me no meu cantinho, feliz apenas por você existir.
Nina Mansfield
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZvrd5Z2ZwEqhY_SK3W0OIOG6edSOjfh5fTmRNt_Eu-hL4ISLaE4G2iYh8xjsXjtW_qxfgeHErJJlD9PM9r7H470OuFmRx08ulbvmo04QX9BBaA6mt76ShVy4ejaiVJdlKs0S1Naif1Sg/s1600/%C3%A1rvore.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZvrd5Z2ZwEqhY_SK3W0OIOG6edSOjfh5fTmRNt_Eu-hL4ISLaE4G2iYh8xjsXjtW_qxfgeHErJJlD9PM9r7H470OuFmRx08ulbvmo04QX9BBaA6mt76ShVy4ejaiVJdlKs0S1Naif1Sg/s320/%C3%A1rvore.jpg" /></a></div>Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-17345251314488868452013-04-07T17:49:00.000-07:002013-04-07T17:51:46.128-07:00Vendo tomate novinho, vermelho, suculento!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_7uoM-AfGpgngZMBHusUjuYU2aREbRDIkf15RRa-Xu_QAgAtcrzBqsLMDFxLYJ2wDWLpKrtjHPEViRN2AQmYS8ZY3WBxiWc6_9Dj8WtRvymN30F2VYodLqQeIYMH4I68wGBd0VMzTnBY/s1600/Tomate.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_7uoM-AfGpgngZMBHusUjuYU2aREbRDIkf15RRa-Xu_QAgAtcrzBqsLMDFxLYJ2wDWLpKrtjHPEViRN2AQmYS8ZY3WBxiWc6_9Dj8WtRvymN30F2VYodLqQeIYMH4I68wGBd0VMzTnBY/s320/Tomate.jpg" /></a>
Hoje fiquei surpresa com o preço do tomate!
Não, não era o preço do tomate
eram as possibilidades que nos invadem
É a graça de estar presa por vontade
Pouca poesia, muita prosa
Quanta prosa há em três dias de DR
DR de Drama, minha filha!
Meu drama, minha risada, minha ironia
Que agora são suas
Muita prosa, pouca poesia
Não há mais rimas, sonoridades gruninhosas
e pouco me importa se esta palavra não existe no dicionário
Vou fazer um hinário
De nossas discussões
Desilusões
e que não caiamos em trevas e tentações
livremo-nos de todo mal
E quanto de sal?
Quanto de sal não comemos antes de unir as escovas de dentes
Não sentes?
Estes tantos conselhos tolos
Não choraram nossas lágrimas e não riram nossas risadas
Estes tantos olhares tortos
Não mobiliaram nossas sala, nosso quarto, nosso ninho de amor
Estes tantos medos vãos
Que nos mergulhamos, não impediram que nesta manhã
Nesta manhã de domingo
Não impediram de nos verem sorrindo
Sorrimos, meu amor!
Fizemos piada com o preço do tomate!
Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-85035286926384965712011-10-24T19:19:00.001-07:002011-10-24T19:27:52.401-07:00Tomo um sopro de brisa, confio no vento e me entrego, mas volto ao porto.<br />Tomo um vento de maré, confio nas ondas, mas volto ao porto.<br />Ouço a gaivota ao longe, confio no canto, mas volto ao porto.<br />Ouço o apito do navio, confio no estrondo, mas volto ao porto.<br /><br /><br />Ancoro-me nas lembranças que não consigo retingir num papel.<br />Ancoro-me cravando o peso no solo do fundo do mar.<br />Onde as águas me representam mulher, sereia e forte.<br />Onde as águas me fincam no chão e só consigo dar voltas em torno deste lugar.<br /><br />E se eu tirar a âncora de lá? Para onde eu vou?<br />Nunca saí deste perímetro, ou já saí e não me lembro mais como era.<br />Nunca saí deste ponto, ou já saí e temo porque acabou.<br />Já saí do hábito, foi bom, mas não me lembro como é que se faz.<br /><br />Sei que se parece com o despertar e a força que se tem que fazer para sair debaixo do cobertor de algodão.<br /><br />O porto sou eu.<br />Só me falta ele ser seguro.<br />Certas demolições têm-no tornado.Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-28416580879880207732011-04-12T14:31:00.000-07:002011-04-12T14:49:06.993-07:00Chá Verde<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6t4REJKS7j9jlk1klDZEtFFVnZrH6EDqBtd92x09D4tE_Nx1gMYIPjre5eSQXD1E0SpyHdP8KqWjLwlyhZ8ZTMI_aBDzBU4mRUCq_rAEnQJ65GRkJlcPAzYzZwLHo6AI-aEt_7BsrISQ/s1600/cha-verde.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6t4REJKS7j9jlk1klDZEtFFVnZrH6EDqBtd92x09D4tE_Nx1gMYIPjre5eSQXD1E0SpyHdP8KqWjLwlyhZ8ZTMI_aBDzBU4mRUCq_rAEnQJ65GRkJlcPAzYzZwLHo6AI-aEt_7BsrISQ/s320/cha-verde.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5594817386035124498" /></a><br />Ganho um céu de rosas despetaladas<br />Tenho poeira de sonhos descridos<br />Eu sou como poeira na estrada<br />Alçada pelo vento pré-tempestivo<br /><br />Pó, um grãozinho de areia ínfimo<br />Mas dentro de mim tenho a grandeza<br />De um universo tão multi e íntimo<br />Que até me despensa a certeza<br /><br />De que seja possível<br />De que seja cabível<br />De que estou ao nível<br />De que será infalível<br /><br />É ca fé que eu tomo<br />É ca fé que eu preparo<br />É ca fé que me tira o sono<br />É ca fé que me amparo<br /><br />Para crer nos sonhos de poeira <br />Novamente virando canteiro<br />Para que as pétalas em roseira<br />Se fixem fora do antigo cativeiro<br /><br />Poeira ao vento<br />Poeira ao vento<br />Poeira ao vento<br />Poeira ao ventoMaína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-33118259801960782272011-04-12T14:17:00.001-07:002011-04-12T14:29:49.111-07:00Distância<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvOsUpxO1MuTDe4UWNLI0QeDcfq1h0FTWzlTG7HbrDF0KFAnl_7iuu903UeTwX9RhN42Gq8T5ru__3CbyDVcK5a3qR1zUV7sNGWDux37v4rAobhqoRIKq5SnZBdynGFCXX-Iobywa9-V4/s1600/mariposas+true.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 304px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvOsUpxO1MuTDe4UWNLI0QeDcfq1h0FTWzlTG7HbrDF0KFAnl_7iuu903UeTwX9RhN42Gq8T5ru__3CbyDVcK5a3qR1zUV7sNGWDux37v4rAobhqoRIKq5SnZBdynGFCXX-Iobywa9-V4/s320/mariposas+true.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5594812447748485346" /></a><br />Aos cantos do mundo escrevi<br />Aos mundos que escrevi, cantei<br />Um grito, um sussurro, um sopro de lágrima<br />Alfabetizei-me com os seus sinais<br />Criei muros, ergui paredes intelectuais<br />que te levavam para longe e você<br />carregava consigo a minha paz...<br /><br />Não por vontade sua, eu sei.<br />As razões foram minhas.<br />A crítica da razão impura.<br />Você tem razão:<br />A razão de eu ser assim não me dá razão<br />de ir por ali, longe, longe,<br />negando, negando, negando até afirmar.<br /><br />Eu sequer me rendia a dar graças<br />À sua pessoa. <br />Tão multi-persona.<br />O que importa?<br />Se eu me embebia era de sua essência,<br />A sua alegre presença<br />Que me acordava as manhãs<br />De cores claras, tonificadas clarezas de <br />manhãs com línguas de mariposa na cabeça<br />e borboletas azuis e branco no estômago.Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-56785734465586808622010-07-19T17:23:00.000-07:002010-07-19T18:04:05.658-07:00A menina e o gato.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEMjMy8DmkL7TaNgmIDOLtUJSqcvju-5K_duTYIikWhWl56vSNcFH_bUKXZM2V4za9cN3iSJ5aiv71fUxoW_zEw1X4haQIwroxpJI8E0-VFAlwjm-GCa6EV86fFZpsnQzmEO4ONj0X_hA/s1600/menina+e+o+gato.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEMjMy8DmkL7TaNgmIDOLtUJSqcvju-5K_duTYIikWhWl56vSNcFH_bUKXZM2V4za9cN3iSJ5aiv71fUxoW_zEw1X4haQIwroxpJI8E0-VFAlwjm-GCa6EV86fFZpsnQzmEO4ONj0X_hA/s320/menina+e+o+gato.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5495787894908881458" /></a><br />Todos os dias há um encontro entre uma menina e um gato.<br /> ...<br />Gato:_ Pobre menina, com essa cara meio sonsa, vem aqui escrever versos no seu caderno. Quando menor, seus pais lhe amarravam a mão esquerda para que se tornasse direita. É canhota, pela pressão da vida tornou-se ambidestra, mas o esforço para escrever com a mão direita a impede de fazer da escrita algo que corporifique as subjeções. <br />E então eu me questiono. O que serão de seus versos? Penso que ela terá pobres poemas confusos. O que seus amiguinhos sonetos vão dizer na escola? Que ele foi escrito pela mão esquerda! Senhor, é muita pressão para uma lírica!<br />O que ele vai dizer quando lhe perguntarem onde estão as rimas? As metáforas? E a caligrafia, meu Deus, não é caligrafia que se preze. Chacota diária vai ser pela metrificação irregular.<br />Racionalidade, veja lá! Infelizmente o mundo é assim, minha querida.<br /><br />Menina:_ Ohn... pobre gatinho, vem aqui procurar ervinhas alucinógenas. Deve ser duro viver na realidade de gato o tempo todo. Come, dorme, se lambe, um dia vomita uma bola de pelos. Me olha com cara de indiferença, mas vem se esfregar nas minhas mãos. Gatinho, deve ser tão feliz, assim, loucão de ervinha pra gato, ri àtoa, não deve se preocupar com nada na vida. Totalmente entregue aos instintos de gatinho e é por isso que você entende a minha dor. Sabe, gatinho... um dia eu ainda leio os meus poemas pra você.<br /><br /> ...<br /><br />E todos os dias eles dormem pensando que vivenciam a vida um do outro quase que interinamente.Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-85234797033950705772010-07-02T21:36:00.000-07:002010-07-02T21:54:40.756-07:00Boneco de panoSenta aqui na minha mão, boneco de pano.<br />Aproveite para olhar a linha da minha vida.<br />Bem debaixo da sua bunda, assim.. à esquerda.<br />Veja que meus traços são fortes.<br />Que minha pele é áspera, que minhas cutículas<br />São ressecadas e me machucam as unhas.<br />Não tenho calos, mas não é difícil de fazê-los.<br /><br />Senta aqui no meu ombro, boneco de pano.<br />Aproveite para olhar dentro do meu ouvido.<br />Bem ao seu lado à altura da sua cabeça.<br />Veja que daí não se pode ver o meu cérebro.<br />Que meus tímpanos ressoam quando você grita.<br />Que há cera que me atrapalha ouvir.<br />Não tenho cravos, mas se tivesse os tiraria.<br /><br />Senta aqui no meu peito, boneco de pano.<br />Aproveite para sentir meu coração batendo.<br />Bem debaixo da sua bunda, ao lado do meu seio esquerdo.<br />Sinta que ele reverbera em seu corpo.<br />Que ele tem um ritmo comum, nada muito frenético.<br />Que o pulsar te faz se apoiar em meus seios.<br />Não tenho taquicardia, mas meu coração bate forte.<br /><br />Agora que você sabe da geografia do meu corpo, boneco de pano.<br />Começa a olhar para a minha alma.Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-38369109054401229982009-12-07T07:36:00.000-08:002009-12-07T07:43:45.159-08:00Yes, baby.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibegDXsdZ0w_Ediip6z9ZQAd_Kjtm87L-_-Rzvc17Sw8uBbKKmnbdKb8UHWl_qDiSMro8Aai3by3pugEZ7YNkaYb7ajv1xIoW8Da-17HxHHfPasWKAteWQo-bVCfV5O8m1pshKrfd-6Ak/s1600-h/cubo.bmp"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibegDXsdZ0w_Ediip6z9ZQAd_Kjtm87L-_-Rzvc17Sw8uBbKKmnbdKb8UHWl_qDiSMro8Aai3by3pugEZ7YNkaYb7ajv1xIoW8Da-17HxHHfPasWKAteWQo-bVCfV5O8m1pshKrfd-6Ak/s200/cubo.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5412520394456399938" /></a><br />Há um medo nas pessoas, há um estranho incômodo quando elas começam a se dar conta de que estão felizes demais. É certa uma tendência física, aquela força que puxa as coisas para a terra, qual é mesmo o nome? <br />- Gravidade.<br />- Isso. Gravidade. E começo a suspeitar que a palavra grave, para conflitos sérios tenha começado a se fazer usar para estes fins. "Fulano está eufórico demais, não acha? Isso é grave". <br />Não, não venho aqui defender que a euforia tenha lá seu pezinho no romantismo, nosso fiel defensor da loucura, da sentimental em detrimento da razão, a maioria dos românticos que eu li eram bem depressivos e nem venho colocar que a euforia é alguma patologia que a psicanálise adora diagnosticar para coisas muito simples.<br />Venho por aqui traçar, esboçar, ou melhor, fazer um croqui literário do que o indivíduo contemporâneo tendencia em suas vidas.<br />Corremos feito loucos, buscamos a felicidade numa maratona de trabalho, esforço, força salário para aumentarmos incansávelmente nosso IDH individual. Índice de Desenvolvimento Humano, o cara que inventou este termo nunca ouviu falar de um movimento bem antigo, que vem desde a Antiguidade chamado Humanismo. Ele vem acoplado com expressões tais como <span style="font-style:italic;">fugere urben, carpe diem, aureos amenos</span>. <br />Não, meus queridos, não há como fugir desta máquina de stress, não há como aproveitarmos o dia, não há como elevarmos a alma nessa bolha caótica. <br />Mas olha só que tendenciosa, eu planejando falar de felicidade e fuga da gravidade sendo tão pessimista, ridícula!!<br /><br />Ok, já que fiz a introdução racional de praxe para que não me julguem romantiquinha demais, lá vamos nós, ao lirismo que me permito, se me dão licença:<br /><br />Acordei, senti o cheiro de cabelo lavado no dia anterior<br />Meu Deus, que ser mais lindo, que pessoa mais encantadora<br />Como uma manhã tão cinza pode ficar tão linda?<br />O medo tinha ido embora, aquela inhaca, que eu não sabia o que era, fora identificada e tratada.<br />Era o receio de que desse tudo errado, de perder cada sorriso conquistado, cada bafinho de manhã, cada carinhosinho, cada olhar de tirar o fôlego porque há amor demais.<br />Sentia-me naqueles comerciais bem clichês de margarina, em nuvens com um coralzinho de anjos cantando ao lado.<br />O abraço não era mais o de segurar, como reflexo corporal de mostrar que não quer perder. <br />Era abraço, de sim, sim, sim... está aqui, acontece e é maravilhoso, eu posso desfrutar, me é permitido!! sim!!<br />Eu me permito.Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-56965461659891170782009-10-02T09:26:00.000-07:002009-10-02T09:29:32.672-07:00Mara Lobo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMwvRKd4feDmBBZYdyYDVqhZVJQWxiQwKQgMIF7GX9dfjbn0zX-XmmszGbSttqnKZUDxP8UB2AgqhNIteP2f-2pqUAmOVznrz87sNIp9UTbI-BNabs6EiXCQy4rfuO8_0Vv1PoGI2f2NY/s1600-h/pagu.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 133px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMwvRKd4feDmBBZYdyYDVqhZVJQWxiQwKQgMIF7GX9dfjbn0zX-XmmszGbSttqnKZUDxP8UB2AgqhNIteP2f-2pqUAmOVznrz87sNIp9UTbI-BNabs6EiXCQy4rfuO8_0Vv1PoGI2f2NY/s200/pagu.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5388040601722442354" /></a><br /><br />Vermelhas estão minhas mãos<br />Manchadas de sangue negro.<br />Sou o escândalo, aborto, abutre<br />De meu próprio partido.<br />Porque não é de mimtoda<br />Esta teo-rização apraticada.<br /><br />Convido você a vestir as caças jeans genuinamente operárias.<br />Convido você, nobre cocote da Oscar Freire<br />A meter-se nas fábricas<br />A ter a náusea dos movimentos repetitivos<br />A perder os dedos nas máquinas<br /><br />Ei, capa da Play Boy!<br />Eu sou a mulher nua cheia de ematomas das manchetes obituárias, <br />eu sou a mulher despida dos arquivos policiais,<br />Eu sou a mulher pelada<br />Por trás dos microfones do palanques, por trás das grades, da ferragem, da ferrugem.<br />Minha fragilidade morde, meu amor multiplica, meu pecado não existe.<br />Para silenciar: meu grito.<br />Para tornar evidente: meu silêncio.<br />Não! Vá para longe com esta sua verborragia<br />Esta mesmice de perguntas insólitas.<br />Por que tantas perguntas? Justo hoje?<br />O que eu tenho para dizer eu já fiz<br />Antes mesmo que se tornasse palavra.<br /><br />.................xx...............<br /><br />Eu o amo, mas não amo o objeto<br />amo o amor que tenho por ele<br />amo o substantivo abstrato<br />sim, este tipo de abstração me atrai<br />a abstração dos sujeitos envolvidos<br /><br />Não, se pensas por um acaso que me sujeito,<br />te enganas profundamente<br />pois não tenho a necessidade de assinar em baixo<br />deixo ali minhas ações como obra a ser discutida pela posteridade<br /><br />e o meu amor... sim, ele continua<br />destinado às relações e suas intensidades<br />meu mais novo amante?<br />Aquele casal à sua esquerda.<br />Escândalo?<br />Seria se eu omitisse, não acha?Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-30157075686907851012009-08-25T16:27:00.000-07:002009-08-25T17:25:48.416-07:00Sim, eu quero ser o seu pinguim.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNdFIHAO3xBpvL6IPIX1iAMbsGk7rqcxEtlnHTpg6owS034Tv44gDfYujgTs27AoLM4dBrOx-ATRIZN1QZnzoafmpEuwzVIt6GgEU9z6EqoPHD1CGN8ULXl_z3rVrgEc9WLLvVXXPuglw/s1600-h/pinguim+copy.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNdFIHAO3xBpvL6IPIX1iAMbsGk7rqcxEtlnHTpg6owS034Tv44gDfYujgTs27AoLM4dBrOx-ATRIZN1QZnzoafmpEuwzVIt6GgEU9z6EqoPHD1CGN8ULXl_z3rVrgEc9WLLvVXXPuglw/s320/pinguim+copy.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5374062102432610626" /></a><br />Os pinguins são animais curiosos. São aves, mas têm pelos e possuem vida aquática bastante ativa. No quesito ser tudo ao mesmo tempo, são praticamente o Àlvaro de Campos do reino animal, com uma única excessão, quando encontram o parceiro ideal, permanecem com ele até o fim de sua existência. Digo o porquê isso acontece com os pinguins e não com o Alvaro de Campos. Isso acontece porque são pinguins. A natureza os dotou com a única coisa que eles precisam para sobreviver, o instinto.<br />Se eu fosse um pinguim, não estaria agora sentada na frene do computador falando sobre pinguins e divagando sobre como a racionalidade me enche o saco.<br />Se eu fosse um pinguim eu estaria agora aproveitando ao máximo a minha condição de ser pinguim sem pensar a respeito do que ela me causa.<br />Se eu fosse um pinguim não exitaria em responder, sim, eu quero ser o pinguim que vai ficar com você até o fim de sua existência.<br />Se eu fosse um pinguim eu não relacionaria o fato de ficar com outro pinguim até o fim da minha exitência à instituição falida que tem se tornado o casamento.<br />Se eu fosse um pinguim não pensaria em casamento porque a noção de casamento não existe porque também não existiria a noção de sociedade.<br />Se eu fosse um pinguim eu nem me preocuparia com o preço das fraldas porque além de não usarem fraldas, eles não sabem o que é sociedade,e por isso os pinguins também não se dividem em sistemas.<br />Quer saber... sim, eu quero ser o seu pinguim<br />Mineiramente, fazer também, um pinguim de gente<br />Gastar com fraldas, com leite em pó e com risadas<br />Reformular velhos ditos<br />Penso, logo, deixo de curtir e<br />Saborear cada coisa que me é oferecida.<br /><br />Sim, quero ser o seu pinguim.<br />E me perdoe se isso nao foi tão leve assim pra mim.Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-22734048697853496042009-08-25T16:14:00.000-07:002009-08-25T16:16:29.864-07:00Selo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqlr9Lb7-bsqL8JhFuvxGDVtbg4bcqqLm5uwAl0_4YU4p3B8qp0tyZSEPxQ7jDB6H_OJzU4wTxaeGtYsGKyW-pM-QR-VOZ4PGWinOBeREIrp5AMinvLG1PcMpOv8it5IFIjVmMlP7xcL8/s1600-h/blogdeouro.gif"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 140px; height: 159px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqlr9Lb7-bsqL8JhFuvxGDVtbg4bcqqLm5uwAl0_4YU4p3B8qp0tyZSEPxQ7jDB6H_OJzU4wTxaeGtYsGKyW-pM-QR-VOZ4PGWinOBeREIrp5AMinvLG1PcMpOv8it5IFIjVmMlP7xcL8/s200/blogdeouro.gif" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5374044197349243986" /></a><br />Acabei de ficar sabendo qu o Blog "A filha da lua com o centauro" recebeu o selo de ouro. <br /><br />Há uns 2 meses o blog Ponto Por Extenso recebeu o selo "Blog de Ouro" do Blog da Carol - http://carolperiotto.blogspot.com/<br /><br />Não há palavras para descrever minha felicidade. Valeu mesmo, Carol!<br /><br />Bem, segundo as regras, devo repassar o selo, escolhendo 4 blogs para a premiação. Vamos lá:Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-41684368493818893182009-05-30T22:02:00.000-07:002009-05-30T22:03:12.337-07:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijHlce11Iv31-Vns7SCLO1g2VgZJpFKdyFyyNUpXO43X1FCh2RvmOQkj-3q4Q91KaXqcVjTrhyUp_PvoUqpHLXDzh01rYlTlNkEN22nBeCQm1Uzffp1h-l7L4Rjd9s5CNCxUTbqQuvPvQ/s1600-h/piano.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijHlce11Iv31-Vns7SCLO1g2VgZJpFKdyFyyNUpXO43X1FCh2RvmOQkj-3q4Q91KaXqcVjTrhyUp_PvoUqpHLXDzh01rYlTlNkEN22nBeCQm1Uzffp1h-l7L4Rjd9s5CNCxUTbqQuvPvQ/s320/piano.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5341849161823092290" /></a>Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-82141421607658989552009-05-30T21:43:00.000-07:002009-05-30T22:00:13.409-07:00Toque para mim, (...)A música era um carinho, no chão preto, na imensidão negra do espaço. <br />Os sons do piano me invadiam, começavam lentamente me tocando as orelhas, como mãos pesadas, cautelosas, sem a sexualização do toque, sutilmente, com a leveza pertinente ao toque que não pode ser dado, que não pode ser entendido, que se finge que não entende, que se finge que não é percebido... que se sente, com todo direito que se tem de se sentir algo tão delicado e ao mesmo tempo pungente.<br />"Eu gostaria de tocar assim um dia"<br />"Se um dia eu racionalizasse o piano, eu pararia de senti-lo, gostaria que algum dia alguém tocasse assim para mim"Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-68343318406808669592009-05-12T15:47:00.000-07:002009-05-12T15:50:51.320-07:00Diálogo pós-dramáticoEle: Isso que você mexeu antes não sei saber ao certo o que é mas a situação não muda mesmo assim quero saber de você o que você acha o tempo vai passando e não sei ao certo como agir<br /><br />Ela: Eu sei<br /> <br />Ele: As reações que vêm de você a mim são vagas <br />ainda não sei <br />não sei <br />não sei<br />e como você pode me dizer que sabe<br /><br />Ela: Eu sei que não sei sabe<br /><br />Ele: Sei<br /><br />Ela: A mim é novo tudo que pode acontecer e isso me preocupa tomar uma atitude assim tão sem pensar <br /><br />Ele: Mas saber não faz parte do jogo a graça do jogo é deixar a impulsividade agir a angústia só te leva à não ação se você pensar pensar não é a solução porque o excesso de pensar é que impede o agir<br /><br />Ela: por você sequer tenho esse tempo para pensar portanto não penso não tenho a cabeça para pensar portanto não penso<br /><br />Ele: O tempo gasto pensando que não se tem tempo já foi tempo demais para você ter pensado ou não pensado e agido<br /><br />Ela: Sei<br /><br />Ele: Saber eu sei que você sabe por mais que você pense que não sei você fica para frente e para trás nas possibilidades e não se move em definição<br /><br />Ela: Tem certeza que quer deixar nas minhas mãos<br /><br />Ele: Se não for você quem vai ser não estou na mesma posição que você<br /><br />Ela: Você me pressiona sem saber as conseqüências que isso pode vir a ter ainda sim você tem certeza do que está fazendo <br /><br />Ele: A única certeza que tenho é a da minha angústia por sua reticência em se mover<br /><br />Ela: Ok meu rei matou sua rainhaMaína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-52076352418330383262009-04-07T20:36:00.000-07:002009-04-07T20:56:57.108-07:00Quase um "quase"<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYuKpg7F5lvXB0_BypeSQuDE24sFOd5U_rc3D4vE7hcSHsrV0L1FjgeEmkUfkJ8sjf4aTxWBZ6LCgJ4GMu1eMU9mMrBkGWqgak3ZHjYLazggRqeYzPZTI9nLGbLei508K3yV3c_lNAk5s/s1600-h/quase.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5322163212457210274" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 154px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYuKpg7F5lvXB0_BypeSQuDE24sFOd5U_rc3D4vE7hcSHsrV0L1FjgeEmkUfkJ8sjf4aTxWBZ6LCgJ4GMu1eMU9mMrBkGWqgak3ZHjYLazggRqeYzPZTI9nLGbLei508K3yV3c_lNAk5s/s200/quase.jpg" border="0" /></a><br /><div>Se eu fosse você eu largava mão de prestar estes concursos. Venha viver comigo minha vidinha simples, estou no pior momento financeiro de minha vida: devo até as calcinhas para o banco, meus pais também estão endividados, decidi fazer algo que não me voltará lucro tão cedo, mas minha gana de fazê-lo é tanta que me lembra a gana que tinha ao receber suas ligações. Ah, sim... lembro-me bem, meu desejo era de entrar pelo fio do telefone, era celular, tudo bem, não vamos perder o valor poético. Mas a minha vontade profunda e uma vez quase o fiz... era de pegar um avião naquele exato momento e ir bater na sua porta, enfrentaria meu medo de avião, arriscaria o dinheiro da passagem, foda-se... eu bancava.<br />Eu quase fui, eu quase fiz, eu quase te beijei, eu quase, quase, quase... Minha vida com você foi quase um quase!<br />Não deixei o quase me dominar, não... quando você veio pra cá, o quase não existiu. Não estava quase inteira pra você, não estava quase disposta, não estava quase à flor da pele, não... eu estava lá.<br />Sabe quantas vezes eu me perdi pra achar aquela porra daquele hotel na rua Casper Líbero? Sabe o esforço que eu fiz para ocultar até de mim mesma que eu tinha um plano pra ficar com você? Sabe como foi difícil aquietar minha ansiedade de esperar a hora certa? </div><br /><div>Seus sinais, você sempre teve mais ansiedade que eu, sempre... aquele beijo que você quase me deu no MASP, você ainda estava no quase, eu já tinha passado essa fase... e não me venha dizer que era porque você estava namorando, a fidelidade é uma utopia... só a sentimos, quando outrem não nos dá, do contrário... ela não passa de mais uma convençãozinha formal tal como seu e-mail.<br />Você pode me acusar agora de estar sendo agressiva, não meu anjo, há tanto doce nos meus olhos neste exato momento. Ainda assim, você pode me acusar de ser negativista, mais uma vez não, meu anjo, sou de um otimismo duro porque digo a verdade, apenas isso.<br />Mas voltando ao quase, eu não poderia quase te dizer o que eu sinto. Não, embora a linguagem seja insuficiente, digo-lhe: sinto imensa saudade do seu sorriso, do seu jeitinho simplista, do seu sotaque que ainda se mantém puro e ninguém te chateia por isso, porque ele é lindo e era como o meu quando ainda não tinha sido contaminada por outros aspectos da língua. Sinto uma imensa vontade de me mostrar por detrás desta menina boba que sou, que veste a máscara de palhaça pra ocultar coisas tão belas, mas que por traumas bestas, eu insisto em guardar só para mim. Queria te mostrar também meus defeitos, tenho muitos, não são só os que você viu, queria te mostrar pra ver se você ainda assim fica comigo, senão... foda-se. Queria recomeçar do zero.. mas a vida comigo iria ser dura.. você teria a obrigação de ser feliz, é a única lei que eu tenho, você nem precisaria decorar imensos códigos penais. Acordar feliz, almoçar feliz, trabalhar feliz, fazer sexo feliz, ir dormir feliz... e... quando entristecêssemos, pagaríamos uma multa singela em abraços e... pelo tamanho da tristeza a multa poderia até ir para beijos. Quanto à minha situação financeira, não se preocupe, eu já me preocupo demais com ela, um dia ela melhora... e você sabe, não tenho muitas ambições materiais. O que eu queria mesmo te dizer é que eu estou na minha vida, abolindo o “quase”, isso não mais me pertence, não mais me interessa. E vivo neste exato momento, algo semelhante ao que vivi com você naquele dia de novembro. A concretude... sem medo, tentando controlar a ansiedade, vivendo cada minuto como se fosse o último, porque “a vida passa que nem um rato na sala, quando você o vê se assusta e quando percebe ele já se foi”!<br />Ok, vamos ao otimismo duro: você deve estar se preparando para me responder que não pode largar sua vida, suas coisas, que tem algo feito, já pronto... que tem relações às quais se apegou muito e que eu sou uma sonhadora inconseqüente, pode até me dizer que eu quis só sexo com você aquele dia... creio que você repetiria isso.. saiba que isso doeu! Quis gozar, é diferente de querer só sexo, aproveitar cada pedacinho de você, pois poderia ser a última vez, apesar de sabermos que nunca terá algo apenas brando tal como amizade entre nós. </div><br /><div>Vamos, diga isso mais uma vez, mas saiba que não me surpreenderá em nada, não será nada original de sua parte. Quer saber... larga esse “quase”, pega um avião... eu vou na puta que pariu de novo te buscar só pra ver de novo sua carinha de bicho do mato perdido na cidade grande.</div>Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-24332783967545556462009-03-23T21:13:00.000-07:002009-03-23T21:45:25.987-07:00Os dois<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgchaC_ENcNd_nGk21nMYn_9uqHt1_S8qDC4XrR1Vco_ExcJcQseSCSspxvR1gvrM7eV6JTnSnqplm0XX0CQxdASILK9dGn4L5NMuVShhLP0NjMhCAH4GjOJccGL4dhh-QfZP93tevvF_g/s1600-h/inspiration.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316610825028340002" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgchaC_ENcNd_nGk21nMYn_9uqHt1_S8qDC4XrR1Vco_ExcJcQseSCSspxvR1gvrM7eV6JTnSnqplm0XX0CQxdASILK9dGn4L5NMuVShhLP0NjMhCAH4GjOJccGL4dhh-QfZP93tevvF_g/s320/inspiration.jpg" border="0" /></a><br /><div>Ando, vagueio, me perco cansada numa relva atroz.</div><br /><div>Na relva atroz, na noite agora fria, os tempos de seca se aproximam.</div><br /><div>A minha voz se vai, o meu canto se esvai, minhas costas doem.</div><br /><div>Meu corpo me reclama, minhas pálpebras se deitam cansadas.</div><br /><div>Nado, nado, nado, nado... três braçadas, uma respiração.</div><br /><div>Ergo a cabeça, descubro que sou torta, me dou conta da tortura em mim.</div><br /><div>Torta. Para um mundo que aceita tantas pressões, aceita tantos traumas,</div><br /><div>aceita tanta violência, confunde autoridade com autoritarismo, confunde hipocrisia</div><br /><div>com diplomacia, se confunde e se funde numa massa cada vez mais amorfa... eu sou torta.</div><br /><div>Impossível... "posso te explicar, cientificamente, posso te explicar. Venha, vou abrir sua cabeça.</div><br /><div>Olha... vc funciona assim, não consegue tomar decisões, é mimada, não consegue lidar com a escolha". Torta.</div><br /><div>Ando, vagueio, me perco cansada numa relva atroz.</div><br /><div>Nado, nado, nado, nado... quatro braçadas, uma respiração.</div><br /><div>Encontro-me, refletida na água límpida que nem espelho de almas.</div><br /><div>Nado, nado, nado, nado... apenas ouço o meu próprio som.</div><br /><div>Cinco braçadas e uma respiração, me vejo novamente refetida no espelho de alma.</div><br /><div>Ereta, queixo no lugar, ombros no lugar, coluna reta.</div><br /><div>Escolho. Tenho a liberdade ousada e a banco, ao menos para mim mesma, escolho os dois, desejo os dois, sei ter a essência de cada corpo, sei o prazer de cada gozo, interesso-me em amar os dois lados, sei ter por mim a fragilidade e a rispidez necessária. </div><br /><div>Quero a paciência de tentar aprender com os dois, sem a promiscuidade a isso conferida, com o respeito e a responsabilidade de qualquer atitude.</div><br /><div>Talvez isso assuste, se permitir tanto assusta em um mundo que não temos 5% do conhecimento total de nossas capacidades.</div><br /><div>Mas a isso, eu me permito, eu me concedo esta graça. E podem morrer tentando me explicar, ninguém vai saber o que me permito sentir porque eu quero e banco.</div>Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-36982730818525768682008-09-14T15:12:00.000-07:002008-09-14T15:19:06.024-07:00Emcubotudopode<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKUOnGM67zMnZvNlfbr2v0zSUQpwtVqTzLtJClUACfLBFnVSwCbTv21WUt33dQGWv54Uta0fHogFFChSFjVZrps6vVlCGbPWP48Ekkj1I81qIYVZ2hesUuU5_PLMX_6B4KRlbi0WyvWbo/s1600-h/cubo+2.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5246005026218455250" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKUOnGM67zMnZvNlfbr2v0zSUQpwtVqTzLtJClUACfLBFnVSwCbTv21WUt33dQGWv54Uta0fHogFFChSFjVZrps6vVlCGbPWP48Ekkj1I81qIYVZ2hesUuU5_PLMX_6B4KRlbi0WyvWbo/s320/cubo+2.bmp" border="0" /></a><br /><div>Precisei de um estado de cubo<br />Incubação.<br />Manter-me incubada<br />Sem charutos, sem narguilhas<br />Silêncio.<br />Apalpar as paredes, bater a cabeça.<br />Apreciar a clausura, sentir a dimensão<br />do cubo e dar-me por mim sozinha.<br />Me dar para mim sozinha.<br />Sozinha por dar-me a mim.<br />Intercalar esta fase de cubo<br />ao tudopode, tudo deve, mas<br />antes de tudo, tudo o é então,<br />por direito de sê-lo:<br />O que é.<br />No tudopode, sair do cubo<br />CASULO, CASA, MAMILO, ASILO<br />Então, se tudo pode, serei tudo<br />de uma vez, ou serei todas as<br />coisas, uma de cada vez:<br />ASA, PAU, GATO, BORBOLETA,<br />BUCETA, FLOR, ESPINHO, ÁRVORE,<br />FLUXO DE CONSCIÊNCIA.<br />Inconscientemente<br />Nos atos falhos, falhar, falar, falo.<br />Um falo gigante do tamanho do<br />Buraco que há em mim.<br /><br />De volta, no cubo de dentro<br />deixar sair de lá tudo, o tudopode, a CRIA<br />a AÇÃO de um ato para dar a luz.<br />FIAT LUX<br />EURECA!!<br />Criei, pari, gestei<br />Uma criança linda de olhos vivos e pele fresca<br />Um ser pequeno, pedindo colo, desprotegido.<br />Protege-lo-ei, amamentarei, afagarei os cabelos<br />No embalo das canções de ninar.<br />Aquela criança maldita!<br />Chorona, remelenta, catarrenta e que não me desgruda.<br />Desnuda, diz nada, dispara.<br />Diz para ela que embora tudo que há, eu a amo da maneira que eu posso.</div>Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-15485595176002305202008-08-11T11:09:00.000-07:002008-08-11T11:32:13.026-07:00A Parada Boi<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKdfh5yHrmoV4eRrntV0ppu5aAZdf4z9oJ3u424K7NQYeA3VugQubDMhrSNsXmNDao-Xf_5hSfih4pyyMGIjIY34mWAhdchSF6OGvY-4Fc7s-HEd5FdpwODl2xAVc_XLIFkM0ywqYNYqQ/s1600-h/vaca+zarastruza.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5233323897954232754" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKdfh5yHrmoV4eRrntV0ppu5aAZdf4z9oJ3u424K7NQYeA3VugQubDMhrSNsXmNDao-Xf_5hSfih4pyyMGIjIY34mWAhdchSF6OGvY-4Fc7s-HEd5FdpwODl2xAVc_XLIFkM0ywqYNYqQ/s320/vaca+zarastruza.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><p>Eram sons desconexos e a desconexão dos sons tomava a cidade por completo. Era o campo no seu pocotar de cavalos. Era o gado na guturação do berrante. A cidade estava tomada. Invadiram a avenida principal. Camisas coloridas e frases impactantes. A enchorrada de gente dó terminava na praça onde tudo começou. O mar de calçadas, o asfalto escuro e opaco, as vitrinas das lojas eram palco da euforia. Resplandeciam e presenciavam a chuva de melodias pobres em letra e afinação. O gado apenas queria mostrar o orgulho de ser povo, estremecia a garganta nas vogais abertas. Enaltecia-se dos sabores das próprias carnes e da cevada líquida. Um gado sofrido, mas sem marcas, sem guerras exteriores, apenas bebendo para fazerem afogar sua mágoa e emergir sua loucura.</p><p>Os chapéus para tamparem a racionalidade . Botas grandes para ter-se a sensação de que se protegem dos perigos do chão, da terra, da mãe de todos nós, realidade. Porque agora eram todos heróis, mas os cavalos não falavam, apenas relinchavam em português. Todas as moças eram princesas de se coroar. E nas mentes menos conservadoras anadavam nuas sem serem meretrizes. E o gado empavonado, "empovonado" desfilava o seu orgulho, o orgulho de ser boi sem perder o direito de ser gente.</p><p>Bois, minotauros, bezerros, vacas de leite e de corte, novilhas, touros, garrotes... Havia espaço para todos, sem preconceitos, esquecendo-se as diferenças. Todos irmãos, todos felizes, todos num momento de salvação do suicídio cotidiano, da guerra interior que nos habita. Sem se preocupar com o abate.</p><p>Apenas brilhando o dia no pasto de concreto.</p>Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-81884547283961052862008-05-28T16:53:00.000-07:002008-05-28T17:12:21.167-07:00O póstumo e a lua<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9XwV99YeGyaB9pRsojVq55Q0iJjxvTX9yZ-RdfSD5VY81P36bGi_tXIJfUUntbe0kjESeq6JOS7B8Mr6_xOlbpm4g17TH71pJbhvlSHGnPS_SjXjYFlj-3hh8IG3BR6WswttEAWK2deM/s1600-h/lobo.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5205585607451381906" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9XwV99YeGyaB9pRsojVq55Q0iJjxvTX9yZ-RdfSD5VY81P36bGi_tXIJfUUntbe0kjESeq6JOS7B8Mr6_xOlbpm4g17TH71pJbhvlSHGnPS_SjXjYFlj-3hh8IG3BR6WswttEAWK2deM/s200/lobo.jpg" border="0" /></a><br /><div>A lua estava cheia de si, cheia de luz, cheia de sol.</div><div>Vagueava sua luz pela cidade.</div><div>A moça sentada na varanda a olhava.</div><div>E a lua disse:</div><div>_ Serena-te, silencia-te e ouça o barulho do turbilhão que há dentro de você.</div><div>A moça estava acompanhada de um morto, ela sempre levava um morto para cama antes de dormir. Acariciava-lhe as faces passando as páginas com os dedos.</div><div>Olhava para a lua sem piscar, hipnotizada. Viu aquele satélite em seu total esplendor refletir-se na água. Lembrou que quando era criança sonhava que pulava no riacho e o alcançava.</div><div>Sentiu desenvolver dentro de si o animal que a doma, quis colocar-se na posição quadrúpede, uivar loucamente, saudá-lo.</div><div>O morto disse que não.</div><div>_ Coloca-te sentada, pega uma pena e tinta, rabisca palavras num papel, veja em que posição está a lua no seu mapa astral, transforma o animal em gente e faça dele poeta. Seja você o animal, a pessoa e o poeta e transforma outros animais em pessoas e poetas, seja mil, seja um milhão, seja infinita.</div><div>A moça olhou para o morto serena como a lua havia mandado.</div><div>_ Acalma-te, gênio! Apenas cogitei a hipótese de uivar para a lua, ainda não passei isso pelo crivo da razão! Senta ao meu lado, olha para a lua e ve se entendes a metafísica.</div><div>O morto riu coçando a barba, olhou para a moça em silêncio, fechou os olhos e procurou sentir a sensação gostosa que o atrevimento da moça lhe causava. </div><br /><div></div>Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-69731015520124760592008-04-14T09:27:00.000-07:002008-04-14T09:32:48.201-07:00E o menino dos mares de morros responde:Alá, tá vendo?<br />Qual delas?<br />Todas!<br />Impossível, só dá pra ver uma de cada vez!<br />Por que?<br />Se você tentar olhar para todas não vai dar atenção para nenhuma.<br />Mas como olhar para apenas uma se todas tem algo pra mostrar?<br />É só você escolher qual te atrai mais e olhar para ela.<br />Tá!<br />Já escolheu?<br />Sim!<br />Qual?<br />Todas!<br />Ah, seu moleque!<br />É como o céu, tem espaço para todas, uma hora tem aquela que voa até o Sol, outra que mergulha entre as nuvens e aquelas que caem para que possamos ampará-las no solo.<br />Então, aí você está olhando uma de cada vez!<br />Não, meus olhos estão na alma e em momento algum deixei de olhar por todas elas!<br />Duvido!<br />Então, por que estamos aqui?<br />Para admirar pipas no céu!<br />E para dançarmos entre elas!<br />E qual dança você prefere?<br />Aquela de miúdos desgovernados, sem regras, pura!<br />Por que essa?<br />Por ser todas!Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-61163785335577772352008-04-02T17:26:00.000-07:002008-04-02T17:44:38.090-07:00Infinito<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAAG_guWtiGV26vR_YBzGrIb3hTCSCZsTWM1j6s6orjnKcb_GiMIvRQRgnVlxHL7LSXE4Fqx5gqmTVy_1uV9D-NdQcqfsqDJQ6lMDE5uScXBqmcAJRa_4XMjEU54zCc-hqWGLVjNwxNOY/s1600-h/infinito.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5184812434172098530" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAAG_guWtiGV26vR_YBzGrIb3hTCSCZsTWM1j6s6orjnKcb_GiMIvRQRgnVlxHL7LSXE4Fqx5gqmTVy_1uV9D-NdQcqfsqDJQ6lMDE5uScXBqmcAJRa_4XMjEU54zCc-hqWGLVjNwxNOY/s320/infinito.jpg" border="0" /></a><br /><div>O professor de matemática acabara de sair da sala e uma conta enorme havia resultado em um milhão.<br />Números são questões perniciosas, devem ser ministradas com cuidado para crianças.<br />Afinal, além de não serem palpáveis nem sensitivos, ainda assim não são substantivos abstratos.<br />São numerais. Ordinais, múltiplos, cardinais. Ainda assim... imaginários.<br />Há uma maneira particular e pessoal até de tratá-los na mente absorta e fértil de quando somos projeto de gente.<br />Para mim as letras têm cor, mas os números... ah... eles têm personalidade.<br />O pequeno projeto de gente perguntou-me o que vinha depois de um milhão.<br />Adoro a audácia despertando nas pessoas.<br />Respondi que seria um milhão e um, um milhão e dois... e nessa fomos até minha exaustão matinal chegar ao glorioso e poético infinito.<br />Falta-me uma palavra exata, mas tratamos de linguagem, subjetiva e simples... quando a audácia vira ambição, ela transpõe a curiosidade do além...<br />O pequeno projeto de gente não se contentou com o infinito. </div><div>O que vem depois do infinito?<br />Eu poderia deixar Sartre dentro de mim quieto e mudo... mas não:<br />Nada. Vem O NADA.<br />Não!<br />A voz fina, porque as cordas vocais ainda estão se formando, freneticamente na ânsia linda das questões descobertas, quando uma lâmpada aponta por cima da cabeça, afirmou com a convicção que eu queria ter para tudo:<br />Depois de infinito... vem infinito e um, infinito e dois, infinito e três...<br />Vou guardar para sempre a melhor aula de matemática que tive, dada por alguém com metade da minha idade.<br />E depois disso, recosta-me um sigilo imenso das coisas simples, por que não?<br />Afinal, realmente depois do infinito vem infinito e um, infinito e dois, infinito e três...<br />As pessoas temem o fim das coisas, mas são meras questões numéricas.<br />Jeito simplista de ver as questões do mundo?<br />Não.<br />Jeito grandioso de ver as coisas na perspectiva de uma pequena mente brilhante.<br />Guardaria segredo, numa demonstração de egoísmo profundo, mas não consigo. </div>Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-32066740032942366902008-03-30T19:28:00.001-07:002008-03-30T19:28:55.010-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ttRUMQdKBPOtT23COI54n6kKdEp_UD9gSoRa4DuSGtch_Xf3c_g2RmrUEmq7nBsXq3uvouttA7OyagTqoE26xmWD3Bmc2-UyW6Gg4ag6STqsrRPygYQyroh8aKUNpqzTMw-6l9-SwxY/s1600-h/goma+2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5183727138886072274" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ttRUMQdKBPOtT23COI54n6kKdEp_UD9gSoRa4DuSGtch_Xf3c_g2RmrUEmq7nBsXq3uvouttA7OyagTqoE26xmWD3Bmc2-UyW6Gg4ag6STqsrRPygYQyroh8aKUNpqzTMw-6l9-SwxY/s320/goma+2.jpg" border="0" /></a><br /><div></div>Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-59307915497811030152008-03-30T18:21:00.000-07:002008-03-30T19:16:23.145-07:00Absinto, gomas de mascar e balas de goma.Certo dia, experimentei uma goma de mascar dessas que são ácidas no começo mas adocicadas no final.<br />Ai, desejo incontrolável de mudar o sabor das coisas, é isso o que nos move.<br />Se assim não o fosse, o absinto seria vendido em lojas de doces para crianças.<br />E não em bares. Com um torrão de açúcar para amenizar o amargor.<br />Ainda sou daquelas crianças que gostam de balas de goma. Daquelas com sabor da cor.<br />Daquelas que ainda conservam o azedume discreto do sabor cítrico da fruta.<br />Daquelas que te dão uma dorzinha abaixo das orelhas entre as mandíbulas e o tímpano.<br />Daquelas que grudam nos dentes e dão cáries, mas são deliciosamente viciantes.<br />O mal do século é a diabetes. Alguns cristãos que acreditam no pecado diriam que pagamos pela exploração da cana-de-açúcar.<br />Eu digo que pagamos é pela hipocondria.<br />Mania de fazer exames de sangue, mania de querer saber das doenças.<br />Antigamente um diabético morreria sem saber que seu veneno era o açúcar.<br />Mas teria uma morte como a da goma de mascar: ácida no começo, mas doce no final.<br />Quero neste exato momento entrar nos bares.<br />Quero dois torrões de açúcar para cada dose de absinto.<br />Quero emudecer meus sintomas, ficar indecifrável, nenhum exame de sangue me decifra por dentro agora.<br />Alguém que queira adivinhar o que eu tenho por dentro, que saiba apenas ler pensamentos.<br />Porque é disso que eu sou feita: sem células, sem triglicérides, sem HDL, sem glutamil transferase, triiodotironina, TSH, leucócitos, linfócitos, plasmócitos, monócitos e outros "ócitos".<br />Não quero mais que me deitem numa maca.<br />Quero deitar alguém na cama, perder meu olhar bem longe e este alguém querer saber o que eu estou pensando.<br />O pensamento sou eu... e não me venha com essa de que nada mais é do que um conjunto de reações químicas e físicas do cérebro.<br />Pro inferno o cérebro! Essa massa cinza estúpida! Parece uma goma de mascar mastigada, que já perdeu o sabor.<br />E sequer foi ácida, sequer foi doce, sequer teve cor que se preze.<br />E quando eu deitar alguém na cama quero fazer um levantamento do sabor das coisas.<br />E quando me perguntarem o que eu estou pensando, quero apenas sorrir e dizer:<br />_É bela. A vida. E o belo é que é doce no final.Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-88343788678127430012008-03-17T22:55:00.000-07:002008-03-17T22:56:26.092-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRs5AQ_eWpHdXgO3FhgUhZb8lYi1y3t-B3YoVTK_WCrlhWVKgtMk-eCAuGqgyLIKyypGrLHceG7Q7O6ZS6A8xDlwf4Ju5u8b5wv1r6kzRmKp7Dp7z-Xu672VgIUvx9aeJgHZRTKbrKOhg/s1600-h/jazz.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5178956498552064914" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRs5AQ_eWpHdXgO3FhgUhZb8lYi1y3t-B3YoVTK_WCrlhWVKgtMk-eCAuGqgyLIKyypGrLHceG7Q7O6ZS6A8xDlwf4Ju5u8b5wv1r6kzRmKp7Dp7z-Xu672VgIUvx9aeJgHZRTKbrKOhg/s320/jazz.jpg" border="0" /></a><br /><div></div>Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1606265428995920804.post-42098692052253143422008-03-17T22:28:00.000-07:002008-03-17T22:51:51.984-07:00Vênus em escorpião.Tive um dia feliz e vi na fumaça do cigarro da minina irritada um coração que sumiu.<br />Reapareceu no meu olhar o mesmo coração quando em suór mergulhada, de prazer eu estava a sussurrar a melodia que tocava no radinho velho.<br />A pequena francesa me abraçava forte nas noites sem sono.<br />As noites sem sono me faziam abraçar o travesseiro ao lembrar da pequena francesa.<br />O travesseiro me fazia embeber a pequena francesa por exalar seu cheiro na noite sem sono.<br />Pequenas doses.<br />Bem discretas de mim.<br />Intervaladas por dias e noites de cama vazia.<br />Doses homeopáticas.<br />Bem discretas do veneno do escorpião dentro de mim.<br />Apenas um lugar, uma cama e duas pessoas bastam, ela dizia. E meu riso intervalava entre meu rosto e o dela corados.<br />O sofá duro e verde, agredia as costas que portavam todo um corpo entregue.<br />O corpo torto porque era entregue se debatia no sofá verde e duro.<br /> O corpo ficou verde e duro por causa do sofá entregue.<br />Silêncio.... e os corpos se uniram na intersecção de um conjunto vazio de preocupação.<br />Vênus soprou que as doses do veneno teriam que ser pequenas e intervaladas.<br />O risco de overdose é grande. Não queremos enjoar a intersecção do conjunto vazio.<br />De dentro dos conjuntos saíram dois morcegos, um fantasma, o presente e o passado.<br />E agora a francesa também sussurrava a melodia do radinho velho e eu sismava ver na parede um relógio derretendo.Maína Machadohttp://www.blogger.com/profile/16341634908229422280noreply@blogger.com0